Desde que começamos a discutir os papéis de gênero na sociedade, termos como “masculinidade frágil” têm crescido nas buscas da internet. Mas de fato, o que significa isso?
Em linhas gerais, a expressão trata sobre como o status da masculinidade pode ser facilmente quebrado. É como se os homens precisassem seguir um manual muito estrito do que “pode” ou “não pode fazer” quando se é homem. Sobre esse assunto, muitas pessoas – principalmente homens – não compreendem o quão profundos são os danos causados por esse comportamento.
O que é ser homem?
Existe uma teoria chamada “performatividade de gênero”, usada pela primeira vez em 1990 pela escritora Judith Butler. Essa teoria afirma que nós, homens e mulheres, só agimos de maneiras “femininas” e “masculinas” por causa da construção social ao redor do gênero.
Então, usando essa teoria como base, existe um paradigma que dita o que é masculino. E tudo aquilo que desvie desse paradigma de masculinidade estaria errado, ferindo a masculinidade.
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Esse paradigma cria um ideal masculino, o qual compreende que homens devem ser viris, fortes, provedores financeiros da família. Além disso, não devem expressar sentimentos como medo ou frustração.
O que caracteriza a masculinidade frágil
De forma bem objetiva, tudo aquilo que seja considerado socialmente feminino pode “ferir” a masculinidade. Olha só esse exemplo bem famoso:
“Sou preconceituoso, com muito orgulho.” Jair Bolsonaro, atual presidente da república do Brasil se referindo aos grupos LGBTQIA+. Essa fala dele saiu em entrevista à Revista Época. Você pode conferir a matéria na íntegra aqui.
A fala acima é um bom exemplo de comportamentos que podem ferir a masculinidade. Isso porque, o simples fato de existirem relações afetivas entre homens já é uma ofensa ao que é idealmente masculino.
Por fim, a masculinidade frágil é mais um dos reflexos de uma sociedade moldada pelo patriarcado. Uma sociedade em que homens que não seguem um paradigma ideal são considerados “menos homens”.